sábado, 21 de fevereiro de 2015

Eu Durmo

     Voltei para casa. Esperava encontrá-la na minha cama quando voltasse, a aquecer-me os lençóis, à espera para me poder beijar e abraçar, com aquele sorriso mágico. A cama estava vazia. Não podia ser. Podia jurar que ainda há pouco tempo ela estivera ali deitada.
     Sinto-me sozinho. Deitado nesta cama tão pequena mas que agora parece tão grande. Deito-me apenas num lado da cama. O lado dela continua desocupado, frio. Deixando um espaço, esperando que quando acordar ela esteja lá deitada, dormindo relaxadamente como se nunca tivesse saído dali. A primeira coisa que verei serão os seus cabelos e nem saberei para que lado está ela virada, como sempre. Precisarei de me acostumar à pequena luz que ilumina o quarto para saber que está de costas para mim ou que a sua cara está encarando a minha, com os olhos fechados. Seja como for, acordarei feliz, mais feliz que nunca.
     Penso nela agora. Estou sozinho mas já não estou sozinho. Ela está no meu pensamento e quase a sinto aqui, enroscada a mim. Ai, o que eu daria para que isso fosse realidade. Ela colada a mim, eu a enchê-la de beijos. Ela no conforto e segurança dos meus braços, dormindo profundamente. Tudo é perfeito quando ela está ao pé de mim.
     Falta pouco tempo para voltar para ela. Mas "pouco" tempo ainda é tempo e eu queria-a aqui, agora. É injusto ter de dormir sem ela.
     Quase que adormeço a pensar nela. Pensar que ela está a meu lado é tão reconfortante que adormecer me parece algo extremamente agradável. Se adormecer agora, acordarei num dia totalmente novo, o que implica que faltará menos tempo para sentir o seu toque novamente... Isso é mais um ponto positivo para me deixar levar pelo sono que se começa a acumular.
     Não estou sozinho, mas estou sozinho. Adormeci com o braço esticado para o lado dela. Talvez amanhã o meu braço esteja à volta do seu corpo.